Palavra
feito fel ardente te dou,
E
a gente nem sente o corpo,
Fremente, deflagro a flor na tua boca.
Beija
o dom que me dá,
Para
que eu fizesse verso que se come.
Pois
que sou fome defronte sem lar,
E
faço dessa arte horizonte de afeição.
Também
queria um verso épico
Para
tecer nós diáfanos em ossos ancestrais,
Mas
apenas secreto o gesto do lembrar
Tachos de escaldados nutrimentos,
Primário gesto nesse horizonte pequeno,
Primário gesto nesse horizonte pequeno,
Que
nos traz antes e leva à diante por empanturramentos.
Algo
me sai do lábio seco adornado em afresco
Que
te conjura nas dobras…
Quero mais, sou desses que mordem verbos...
Quero mais, sou desses que mordem verbos...
E
te deixo, palavra em pedra e gesso que talha!
A
moça me disse
Pra
aceitar a dor que não morre,
Pois
a cor que escorre da fronte
É
igualmente verdadeira.
E
que aquém não se fizesse medo
De
também olhar para dentro e regar o insonte.
Trilhar
trejeitos suspeitos
É
só outro jeito de trincar o insuspeito.
Já
agora índios... Outras horas cangaceiros;
Mestres
negros e caboclos giram
Por entre cantigas de afetos reviventes.
Enquanto delirantes pirilampos,
Copulantes, coligem eras no riscar de roças asas.
Enquanto delirantes pirilampos,
Copulantes, coligem eras no riscar de roças asas.
Em
margens de amantes, matas quentes,
Em
cidades divergentes,
Toma
o estrangeiro um nome sensciente.
Eu era alguém, aquém de terra sou estalo!
Mais
uma palavra borda a flora em estribilho
Feito
risco em casca de árvore;
Feito
cigarra chamando água.
Primeiro
gota pequena, depois gota grande;
Tacho,
riacho, rio e racho à mar vasto.
Corta
um raio a tempestade,
E
tudo silencia, ciclo cego de potentoso mistério.
“Mar
calmo não faz bom marinheiro...”
Esse
o estribilho irrecusado de quem margeia!
Mas
qual me vem lonjura do ser-tão amaro?
Ah verbo lusitado de venturosas paragens,
Doce
e contínua crina de palavra que dê flora.
Ora
arremessa um pouco de nós pela secura renhida,
Ora
nos corta fino ar de presságios;
A dizer simplesmente: Seja! Ainda assim!
Por
todos elementos, seja!
Nem
que a morte arrebente a ponte da última esperança!
E
dei palavra feito afago que não se adestra,
Pra
que fosse voto de minha margem;
Pra te alimentar e te provar por travessas travessias,
Já profanados de pecados somos,
Já profanados de pecados somos,
Exitantes.
Adormeçamos embuchados de palavras...