Acham-me arteiro, mas nada disfarço.
E até vario, mas não é pirraça. Só força do espinho que encrava ao passo.
Tenho mais sustos que luas!
Vario, vário, vario!
Vago largo e rasgo até chegar fevereiro:
Como quem vive largado no mundo,
E já nem sabe onde deixou o cansaço.
Pra que toda tinta e perfumaria,
Quando me trai à boca o amargo veneno?
Valem finos fogos, papos ou remendos?
Não sei...
Nada será bastante fundo. Mas ainda queremos prazer.
Será por isso o passo arrastado do meu destempero?
Escondo-me por detrás da natureza em vício,
Na esperança de um descanso que me perdoe a inconstância.
(Me torno mais inconstante ainda)
Tenho pouca fé. Acredito no que vier.
Mas meu coração já não dorme.
A relva bruta brota e nos toca sem precisar.
Não há glória, rancor ou alegrias na vida;
Apenas “há” de um haver que se basta,
Sejam velhas ou jovens cepas de folhas e raízes e troncos.
Os bichos trabalham com espanto corriqueiro - ou sua ausência.
Doenças e morte, irregularidades da topografia, ramagens e sorte.
Tudo é mote para aceitarmos o vento, reconhecendo vez por outra sua direção e esquecimento.
A precisão de ser alguém é privilégio de bicho humano. Adoecer a alma.
Gostaria de não ostentar nada...
O silêncio é grande, o sol desaba.
Sobre a planície sangrenta há roseirais e águas lamacentas.
Quanta sensibilidade !
ResponderExcluirA dialética materialista e seus movimentos secretos, quer dizer: não tão secreto assim para a sensibilidade.
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