Que todas gentes lisas e fogosas nos atem,
E que as delicadamente avexosas não nos queiram mal.
Não nego: nas boas horas mortas... Indecorosas...
À tanta delicia-amizade que me sorri,
Amoldo-me sincopado neste bem abrir-te o grelo,
Teso... Quando em mim se enrosca
Intumescendo à procura de zelo.
Primeiro em fantasia, devorei teu corpo impaciente
Com olhos de quem rouba pela luz a tensão
Que precede o tátil tesão realizado.
Quase saindo pelos poros desse meu corpo-gesto,
Agitei-me defronte, consumido por tua imagem,
Belo balouço deste quadril que me rebola.
Pelos olhos, cheios da fome infantil que principia na retina,
Imagino tocar tua cintura...
Resvalo lenta e descaradamente entre coxas e aveludados seios,
Massageando por voltas voluptuosas tua gostosa bunda.
Mordisquei delicado teus mamilos;
Beijei-te... feéricamente,
E você, sempre mais manhosa ofereceu-me teu pescoço arrepiado,
Enquanto vestia o meu pau com tuas mãos de fada.
Essa nossa ginástica de sobes e desces,
De vens e voltas,
É sinfonia breve de taras, que emagrece...
Queria te dar tanto ou mais... Que me desses...
Creio ter antecipado o te despir mais de mil
vezes,
E por dez mil mais nos amaremos em todos comodos das casas,
De jeitos além dos ordinários sentidos...
É como se meus olhos fossem microscópicas safadezas
Multiplicadas pelo espetáculo desse teu jardim de delícias;
E minhas mãos, duas bocas feitas para o teu prazer.
Já a língua, é utensílio perfeito para alegrar
Nossas tardes de ócio improdutivo.
Ai que rego rêgos, saudando tuas entradinhas de risos de axilas.
Minha língua é busca, esperançosa que te cultive,
Até ouvir de volta a valsa-dança do teu gemido.
(LÍNGUA!) Não é órgão que force entradas, ou
simplesmente se serve;
Não fosse perigosa, estaria fora da boca.
(E sempre a prefiro para o prazer do que para a difamação)
Carne disposta a ser acasalada em outra carne-casa despida,
Que me convida a que te abra sem pressa,
Molhadamente, o invólucro desse corpo desejo.
Nos esfreguemos leves em carícias sobre genitálias curvas,
Geografia sinuosa em que tudo é melosamente pleno,
Sedoso, com você tudo é farto...
Teu corpo é tempestade que reivindica o toque,
Que modifica nervura e
temperatura ambientes.
(Igualmente dengosa e bruta, assim te quero)
Entre enriçados jardins é que zelosos liberamos as
flores,
Odores e fluidos sonorosos à toda língua que lambe e arde.
(Por cima ou por baixo, de frente, lado ou de costas: pouco importa)
Vestidos e comportados,
Em meio a outros, nossos corpos se contiveram
Em respeito aos preceitos da boa sociedade.
Mas quando te via, assim pensava: ai, delicioso fogo-jardim entre tuas pernas,
Que logo meu lábio carnoso se junte às mais carnosas poupas!
Que se misture à lubrificação de tua buceta, a saliva de minha boca!
Se é luar, mais os bichos ofegam precipitando em cio perpétuo.
Mas talvez tudo tenha um quê de sagrado.
Pois que todo um ritual nos faz e renova,
Porque morremos e nascemos em completo ciclo.
Depois de consumado outro ato de quatro,
Nos pomos a imaginar nosso próximo regalo...
(Por pouco nos rasgamos.)
Mas se é ritual, que o gozo seja efeito do desregramento
Diante de tantos podres pudores que nos curvam.
Que seja ritual de tremor! Que tome a carne em espasmos,
Movimentos de mãos que não dão tempo ao corpo sequer chegar à
cama...
Tantas vezes enlaçamos já no chão de chamas, cozinhas, corredores e escadas.
Suor, cócegas, hálito; e o vigor-deleite reconquistado
Após as guerras do cotidiano;
Repouso manso de doçura e sacanagem.
Entre tuas pernas encanto
encontro,
Enquanto elas se desmancham salgadas em gemidos quentes.
Sufocamos de corpos lençóis embaraçados; peitos em chiste...
Sombra, cama, pressão!
Displicentemente... Foder até que o talo adormente!
Libido é saúde!
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