segunda-feira, 7 de março de 2022

"A_cerca" da fofura

 

Ai quem me dera ser a ponta da fofura,

Posto avançado na guerra contra a amargura.

Comi algodões e doces, e balões de cores engoli.

Só sei que muito colo e abraços sufocantes, que muito acolhimento vivi,

Até mesmo quando as verdades eram inconvenientes.

Beijei patinhas de bichinhos e bocas açucaradas.

Que desajeitadamente, fiz e ofereci até corações com dedos gordos e gentis.

E mandei votos e versos ao céu cinzento, até em Camaçari encontrei alento.

Que acreditemos na beleza da vida. E mentalizemos  firmemente toda a gente linda.  Gente com quem me importo. Linda por dentro de dengos, portos e poros em busca de afeição. Que há gente que se importa comigo também. 

(Não é  que eu seja Poliana. Simplesmente amei)

E que superemos a tudo com esperança, temperança e brandura.

Nunca com violência ou por vingança. Nunca por ódio ou desventura.

A humanidade que descobre tantas coisas, ainda não descobriu o impossível.

Que nossa humanidade se revele sempre que alguém se rebele contra o torpor. Se rebele contra a covardia.

E eu sei, de um saber calado, que há pessoas verdadeiramente especiais ao meu lado. 

Que há esperança e belas canções. 

Que há amor, música e luzes pra todos nós.

Um lugar pra gente chamar de nosso. Um amor que acontece. Uma voz que nos veste.

Que a arte florida flerte de volta pra gente. 

Que o amor sobre e seja suficiente. E toda gente não seja mais moída pelas engrenagens da morte doida do esquecimento. A morte em vida por abandono e desalento. 

Que esse triste abatimento da nossa fibra cessará afinal. 

E que há de haver mais sorte a quem sofre nessa vida.

Chega de assistirmos a crueldade humana em movimento. Chega de conivências infames e servis.

Seremos hoje ainda mais que ontem.

Podemos! E podemos mais. Poderemos!

E faremos acontecer no tecer da nossas histórias.

Nunca iremos esmorecer.

Que meu amor estará lá.

Que nem tudo é  solidão.

Que não estamos sós.

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