domingo, 19 de julho de 2020

TARDE IDÊNTICA


O crepúsculo estende seus dedos sobrenaturais

Sobre telhados de longes serras maciças e casas macilentas,

Gotinhas lacrimosas na superfície calma de pastagens.

Eu, miudamente protegido,

Miro por detrás da janela do carro

Visões que me visitam vindas do lá fora em movimento.

Chuva sobre bois, porcos, cabras,

Sobre sapos, aves e peixes;

Chuva sobre insetos e lagartos imensos e famintos.

Junto ao charco alguma gente.

Por que  será, não me deixa essa vontade infantil

De visitar distâncias impossíveis?

E que me empurra por sentimentos contraditórios...

Ah se eu pudesse só por hoje sabê-los... Tantos...

Que se ajuntam ao corte dessa terra

De fertilidades sem propósitos.


Achei que a vida é tão somente a mesma paisagem inundada,

Movente de novidades para quem anseia amoroso os regressos.



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