sexta-feira, 9 de outubro de 2009

GRILOS (À Mário Quintana)

No dia de Todos os Sonhos, quando deitares na grama
Em disposição óbvia e precisa, assim,
Feito um grilo, apenas, e sonhares um mundo em tons de verde,
E saboreares pequenas graminhas, e o orvalho depositado
Nas extremidades, e estiveres sinceramente
Entre muitos outros companheiros grilinhos,
Passeando e observando os verdes mais saborosos,
Só no dia em que deste modo amares,
É que desejarás e saberás mais que tudo, ser mais um,
Desejarás mais que tudo ser comum e estar só.

Um comentário:

  1. E incomum seria sentir-se assim, desbravado pelo seu eu sentido de sentir-se desta forma. Plena talvez. Coaptada pela ânima de tudo.

    Lindo Moa. Gosto de seu estilo, meio Mário, meio Bandeira, lembra o cd de Chico Cesar, clássico e inclassificável. Parabéns! Talvez um dia eu compartilhe de sua coragem de publicação, por enquanto brinco e mimo os versos alheios.

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