Até conversar com besouros.
Acreditando-me herdeiro
Do menor dos existentes, de repente
Caber tornou-se palavra tola.
Os pigmeus da selva com suas flechas,
Os silfos e os sons das flautas
Não assombrarão meu etnocentrismo.
Hoje meu primitivismo acentuou-se no corpo,
Obrigando-me pequenamente
A um civilismo endêmico que esquece resistências... A sorte me confere...
Ademais, quem a essa hora será menor que eu?
Os menores homens do mundo
Também têm seus paradoxos:
Querem-me próximo e distante de suas pugnas e pequenices,
E sabem saltar - feito pulgas!?
Comprei um fusca e pipocas,
E me redecorei de ternos relicários.
Se os vãos da casa agigantam-se e me excedem,
Sorrio vitorioso:
As quinas assassinas dos móveis
Já não maceram meus joelhos.
(Poderia talvez regatear taxas módicas em serviços ao meu caso?)
(Entrarei para o livro dos recordes?)
Mas eis que me aflijo:
As obras públicas, os objetos da indústria,
Máquinas e vestimentas,
As comodidades e alimentos enfim,
Hoje não contemplarão minhas pequenas necessidades.
Fui a uma loja de artigos infantis e,
Desde que acordei tem sido esse estar na ponta dos pés
Para crescer sem fazer barulhos.
Desde que acordei tem sido esse estar na ponta dos pés
Para crescer sem fazer barulhos.
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