sábado, 13 de novembro de 2021

Feitiço de carnaval (amarração pra trazer a alegria de volta em até três dias e 1/4)


I put a spell on you
Because you're mine

(...) 

You know I love you
I love you
I love you
I love you anyhow
And I don't care
If you don't want me
I'm yours right now

                  Hawkins


Já provei o sol,.

Já provei batuque, e a moça do riso sem pena, provei,

A noite teve até mortalha rasgada e rumor de  chuva dourada.

Quis pra mim o gomo do riso melado de queijo e doce queimado,

Suor e cerveja, mel de Carnaval. Cuidar do teu mal.

E na quarta feira de cinzas na Índia, China, Bagdad ou Ondina, entrar no mar de roupa e tudo, sua piscina,

E sair pelado sem surdina, dia do diabo à quatro e um quinto, 

Queimando RG, moléstia e moleira; carteira de couro e motorista a perder de vistas; o cartão de visitas para idiotas da costureira dos urros medonhos e feiras;

Último dinheiro, o primeiro sonho, cartão de crédito estourado quando jovem no mês de março; clamor de momos, evitei o tombo, caí no mar de celular e tudo, lavado no sal à gosto de deus, sagrado de Iemanjá.


Não quero abraços magros de cansaço;

Quero vitrolas, tempestades e marola boa;

 O riso rasgo do corpo largo.

Na cama a trama, na lama, na chama insonte, te pego e amasso, 

Te beijo na 👄 na mesa de quatro, se for esse o ato.


Ficou triste? Tá tudo bem...

Doeu? Viver até que dói mesmo...

Ficou cansado à toa, largou a proa, e a espinha quebrou quando bateu fracasso? 

Não!? 

Deixa disso... 

Se perdoa, faz feitiço e tira um sarro.


Não se culpe por ser feito pra sentir... Ser de carne é também falir...

Antes que a onda arrebente ou passe,

Não esqueça do espaço em que guardou tesouros.

Amanhã a tristeza há de ir:

Sigamos a cartografia da leveza.

Vá até o porão e cate a gargalhada galhardia.


Nesse fim de semana, uma cerveja; pra o fim de ano te peço e faço oração de corpo aberto:

Mentalize num riso meu nome vermelho escrito num palmo de pano qual plano tão raro papiro defronte ao defronte da fonte do espelho de água quebrado no meio.


O amor guardado pela flor que se abrindo, sou eu quem o trarei sorrindo! 

Sou eu, sou eu... Sou eu quem pelo peito o trará sorrindo! 


Minha alegria é teu riso...

Desse mesmo jeitinho farei com você:

De frente dum prato com sal e beleza, diga: Agosto me proteja do mal: olhado, falado, pensado, atiçado, feito, refeito, desgosto, antefeito, brutal ou banal; para o caso de que eu já não esteja, jogue um pouco de cerveja ao pé da mesa - pode ser artesanal. E lembrando forte de mim, repita trêis-vêiz "sim" pela minha sorte com firmeza:

Me proteja da indigna morte e da tristeza, que não me corte com frieza a foice; que meus dias sejam cheios de trabalho e café, e as noites de vinho e safadeza. Que o "sim"  vingue, quê o "não", mingue. 100 vezes tirar do mal o bem, 100 vezes demanda vencerá, e da tristeza alegria virá,  e tudo que quiser terá, e tudo que amar, fará. 

E se quiser mais, mais uma vez a felicidade aumentará; 

Que volte feito fortuna de riso-amor dobrado, raspado o fundo do tacho, porque tenho espaço até pra quem não me quer bem; mas arrumo e entrego tudo ao quadrado selecionando o melhor pedaço, melaço e xérem, pra quem bem me quer (amém).

Depois, queime tudo e jogue em minha porta de luz, com pétalas de rosas e lírios azuis, colhidos na noite do quintal... 

Ponha um pouco de gin, gengibre, pimenta malagueta e sangue menstrual.


E ao fim grite, se precisar, pra quem quiser escutar: tem alguém aí que amo; aí tem alguém que me ama tb; gente que se importa de verdade até o fim.


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