quarta-feira, 16 de setembro de 2009

TARDE COM MEUS PRIMOS

Naquela tarde jogamos WAR e comemos farofa no almôço - farofa de calabresa e ovos fritos! Porque minha tia não estava em casa... Depois tive dor de estômago e minha vó passou-nos um pito, pelo que me lembro. Éramos eu e meus primos mais velhos: Augusto, Max e Eneida. E eu achava Eneida bonita. Com nove anos, fui o mascote entre eles, e me exibia falando coisas da Segunda Guerra; não sei onde tinha aprendido aquelas coisas. Eu também era grande pra idade, eles me mediram com a fita de costura de minha tia. Sentia que aquele mundo era divertido, e me acreditei acolhido, único e genial.

A casa dos meus primos era diferente, eu sabia... Tinha um frescor de arte e tudo respirava um tipo de esperança na vida. Arte pelos cantos da casa, arte nas panelas e paredes, nos quadros, arte na cozinha de minha tia Mariinha. Arte nas vidraças pintadas e no violão, que raramente via ser tocado - mas era uma pista fascinante pra mim. Foi lá que aprendi a pintar o mar, o sol, três gaivotas e uns coqueiros. Sempre fui mau com desenhos e pinturas, e sabia que se acertasse aquilo, qualquer um me entenderia. As vezes não sabemos pra onde fomos, as vezes não sabemos pra onde foram nossos primos... Todos saímos de nossos aconchegos,

Jogar WAR já não é tão divertido...
Não estamos mais pra brincadeiras...

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