quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O RISO DO MEU AMOR

Quem não quer o riso do meu amor?
Lindo demais em duas covinhas
Que receito-o aos riso-necessitados.
Pois não mero ato orgânico,
Mas consequência plástica
De risismos desde longe praticados.

Risoamor: evento capaz de subverter vãs metafísicas,
E romper causalidades prudentes.
Sorrio se te riso!
Rindo, junto contigo.

Compreendamos: o riso do nosso amor
Faz cócegas dengosas
Na região occiptal da gente.
Procede assim: estica a saúde do são,
Restabelece o convalescente.
E seja lá qual fraqueza, protege,
Mas se tristeza, amoresce,
Além de cuidadosamente requentar pratos que descuidamos.
Riso de amor é armadura fofíssima.

Agora nos enlaçamos, pronto!
Até fazer voz de bichinho e doces apelidamentos
Mas por favor meu amor,
Não permita que seu riso se desvirtue ou engane
No auto-engrandecimento de turvas maturidades.

Não sorrido, insorrido, dessorrido,
Tudo isso é bem mais grave que a tristeza...
E, exceto Sílvio Santos,
Todo mundo fica triste de vez em quando...
Mas sabotar a valsa convidante
Em seu rosto seria pena.
E teu riso peleja além da pena,
Inventando aparentemente inerte,
O tempo amoroso da cantiga.

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