segunda-feira, 20 de julho de 2009

NASCI PARA ÁGUAS

Padeço de um profundo senso de desregramento das coisas,
daí, inventei desmedidas para tudo...

É que nasci para águas

alimentos de coisas humanas umbigando-se
nas praias me movem; grãos d'areia espraiam afetuosamente

e no ajuntar dos corpos; exaspera a umidade exalada...

Se sou de vento, água é ascendente-natural:
elementos perigosamente combinados em alto mar.

E quando mais, se precipita o temperamento.

Já sereníssimas, águas tornam-se outros... Silenciosa ascensão
em troncos d'árvores fazem podridão germinativa de casca.

Nasci para águas mais que para relvas.

Mesmo quando sólidas de frias e espelho,
sendo constrangimentos ternos em nossa pele.

Águas borbulham e acolhem seres invisíveis.

Não creio haver algo semelhante à alma,
mas se houver, a minha deve sofrer de pingamento.

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