sábado, 25 de julho de 2009

RECORDAÇÃO INFANTIL (da lagoa antes do aterro)

Na noite dos namoros acometidos de silêncio,
Sons sinestésicos assobiavam
O tempo reminiscente de sedimentos.
Havia diques borbulhantes
De sapos, de vaga-lumes sem luar.
Tudo se comunicando através
De secretos e lamaçentos dialetos.
Na água espumada se faziam seres-d'agua,
Assim como a poesia desfaz a gente em terra.
E os diques borbulhavam,
Pelo respirar descomprometido
Dos chumaços de matos submersos.
Naquela quietude de bichos.

A lagoa não estava sozinha,
E com ela morreria um mundo...
O mundo em que havia lagoas...

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