sábado, 4 de julho de 2009

TARDE MONÓTONA

Ah, tarde monótona...
Desfio o cordão dos elementos,
Depois o atiro, miolo de pão na lagoa
Até fazer estripulia sem razão com palavra.

Amores e consanguíneos consequentes,
Encrespam o vento em frações de tempo inútil.
Daí nasce uma literatura?As vezes...

Vejamos onde começa a estranheza de um poeta:
ele gosta de poder contar uma loucura que não é sua,
Amá-la talvez mais que a própria...
Bravo! Pois que tantas coisas já não se é...
Engano! Há desejos por debaixo dos panos,
E outros tantos por detrás dessa pele do camaleão humano.

Já na escrivaninha  quer e cruza cruezas das coisas banais,
Põe em revista se de fato fora tocado por luz infinda.
Morre apenas e tem medo, mais que todos de quem zomba.
Dessa interposição de película inda espessa, movente
Crê ser algo diferente.
Prazer divinatório de infinitos infortúnios, ínfimos...
O poeta é réu confesso que assina a confissão que é seu ofício.

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